Saudades têm gosto, cheiro, som e cor

Depois de uns tempos meio enlouquecida e cheio de incertezas, resolvi finalmente concretizar alguns desejos: o primeiro foi estrear definitivamente esse blogue, um projeto pra lá de velho, tanto tempo injustamente abandonado, e que habita meus pensamentos desde a decisão de  “tirar um ano sabático”.

Uma das minhas inspirações para sentar a bunda na cadeira e fazer os dedinhos trabalharem foi uma amiga querida, a Lygia Roncel e seu 12ª dimensão. Além de ter me escrito um texto lindo, ainda mandou um e-mail esses dias com o título que robei para parir meu primeiro texto, sempre que a leio e outros amigos que escrevem contando e pedindo novidades, penso: ‘por quê não paro de enrolar e começo a escrever’?

A segunda razão, estou fora do Brasil ou São Paulo, como preferir, desde 13 de abril deste ano. De lá para cá, vivi algumas aventuras bem divertidas e estranhas também. Passando por Portugal (Lisboa e Sintra), França (Paris e Cannes) e Itália (Bologna, Reggio Emilia, Veneza, Pisa, Lucca, Florença e Roma).  Vim para aprender italiano e entender a maluquice dos italianos, mas depois  da quarta vez em Roma, em poucos mais de dois meses, saquei que é aqui que quero ficar a maior parte do meu ano fora do Brasil.

Mas esse post é dedicado a um dos grandes prazeres da vida, do qual os italianos partilham seu amor e sua pancia (pança): COMER! Papo de gorda total, eu sei, mas faz parte da vida… Também para comemorar minha nova casa: um apê lindinho no Trastevere, que divido com uma amiga francesa, Anne-Laure, a conheci na escola de italiano.

Anahí e Ana se jogando na comida brasileira

Sem mais enrolações, vamos ao menu do dia:

Salada de alface, rúcula, cenoura, tomate cereja e presciutto crudo é bem a comida de todo o dia na Itália, ainda mais no verão abafado de Roma. E eu não seria idiota em dizer que a comida na Itália não é boa, o que 4 kg ganhados sem orgulho, desmentiriam em um segundo, mas cansa comer tanta pasta, pizza e pão. Faz meses que sonhava com um prato lindo de arroz, feijão e ovo frito. Parece banal, mas quando se está fora de casa, não é.
Na Itália não tem o nosso feijão, mas como eles comem pasta & fagioli (bem parecido com a nossa sopa de feijão com macarrão, mas sem as batatinhas, cenourinhas e vagem), tem um feijão enlatado e se você se der ao trabalho de procurar acha um tipo mais marronzinho… Então lá fui eu ao mercado no domingo porque estava pazza (louca) de vontade de comer arroz, feijão e ovo frito! ahahhahaha Para minha aventura culinária convidei a Anahí, amiga brasileira que mora em Roma a três anos porque queria dividir minha alegria com alguém que entendesse o verdadeiro “valor” de uma comidinha caseira.

Regadas a cerveja italiana, Peroni, e música brasileira: Elza Soares e Cartola, nos jogamos num pratão!!!! =) Celebramos a comida, as saudades e agradecemos à belíssima Lua Cheia do céu de verão.

Bacio. Ti sentiamo più tarde!