“É que por enquanto a metarmofose de mim em mim mesma não faz sentido. É uma metamorfose em que eu perco tudo o que tinha, e o que sou. E agora o que sou? Sou: estar de pé diante de um susto. Sou: o que vi. Não entendo e tenho medo …de entender, o material do mundo me assusta, com seus planetas e baratas”.
Clarice Lispector
Me paraliso diante de tudo ao encontrá-la, sempre justa em suas palavras, desveladora e desconcertante. E todo dia ao redescobrí-la, enxergo uma parte de mim. Me incomodo, me alegro, me vivo, mas verdadeiramente não sei muito bem o que fazer com isso.
Um grande amor da minha vida e amigo, a Janga, me escreveu uma linda carta. Nela, desejava que eu me perdesse muito para que pudesse, então, encontrar aquilo que busco. Ainda não sei a razão da busca, talvez a descubra daqui a muito tempo, e há sempre a possibilidade, ou nunca a desvende.
Alterno entre as euforias do encontro com o novo e a angústia de viver em uma comédia de erros. Sonho em línguas que desconheço e digo palavras que não sei ao certo se me pertencem.
Hoje, mais do que nunca e todas as vezes, o sentido de escrever se completa em mim, em suas palavras:
“Eu escrevo como se fosse para salvar a vida de alguém. Provavelmente a minha própria vida”.
C.L.
Respiro fundo e parto. A vida, me espera.
Com Clarisse, só respirando fundo mesmo. Lindo Aninha!
bjs
Lindo texto, as palavras caíram na hora certa.
Obrigado lindinha.